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Pelé, 70

outubro 23, 2010

ReproduçãoVida longa à Sua Majestade, Pelé.

Hoje, 23 de outubro, o Rei completa 70 anos.

E Pelé é parte importante da história de Placar. A revista fora criada no final da carreira do maior jogador de futebol de todos os tempos, mas isso foi o de menos.

Nos 40 anos de Placar, Pelé esteve presente anualmente nas páginas da revista. E, mais importante, foi destaque em todas as edições históricas.

Por exemplo. Pelé deveria ter sido a imagem da capa da primeira edição, em março de 1970, sozinho e absoluto. Mas no final das contas, ele dividiu o espaço, com toda a fidalguia, com um furo de reportagem da revista, que já mostrava o que ela pretendia ser no universo esportivo – combativa, sem se curvar ao opressor para mostrar o traseiro aos oprimidos, como diz Millôr Fernandes.

Um ciclo do 1 ao 1000. Quem tinha sido a foto da primera edição, seria também a da milésima.

Na edição comemorativa, o Rei do Futebol apareceu segurando uma bola branca, com os números 1000 em vermelho colados com fita adesiva. O improviso não incomodou Pelé, que se divertiu com a sessão de fotos e pediu a bola de presente para guardar em sua coleção particular.

Parece algo muito simples e comum para quem “guardou” mais de 1.284 gols.

Mas é a essa aura tão especial de Pelé que o torna absoluto. A ponto de o diretor de redação de Placar, Anjinho, dizer que “nunca viu uma foto ruim do Rei”.

Essa magia dele também esteve presente na reportagem de Kátia Perin sobre o primeiro time de Pelé, o Bauru Atlético Clube, mais conhecido como Baquinho. Com uma foto histórica em mãos, em preto-e-branco, a repórter foi contando a história de cada um dos meninos que haviam jogado com o Rei no anonimato. Para fechar, uma entrevista com Pelé, que se emocionou com a vida de todos os seus antigos amigos.

Pelé também vestiu a camisa das Diretas Já em Placar e a camisa do time da revista, verde e preta, quando estava prestes a completar 1.000 jogos. A camisa da pelada dos jornalistas, com o nome Placar costurado pelas mãos da esposa de Lemyr Martins, foi uma das poucas que o Rei vestiu para entrar em campo já como profissional, além de Santos, Cosmos e Seleção Brasileira.

Na edição comemorativa de 40 anos, que foi às bancas em abril de 2010, lá estava Pelé ao lado de Neymar, tão garoto quanto a jovem revelação santista. 

Por hoje e por tudo, um brinde ao camisa 10 mais famoso do Planeta Bola.

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Rogério, 20

setembro 13, 2010

Rogério Ceni e a Bola de PrataEste mês de setembro marca as duas décadas de Rogério Ceni como goleiro titular do São Paulo Futebol Clube.

Ele chegou ao clube em 1993, mas só foi assumir a camisa 1 em 1997. E tinha uma responsabilidade enorme: substituir Zetti, ídolo da torcida e responsável por grandes títulos, como a Taça Libertadores de 92.

Rogério deixou Zetti para trás. E Poy outro grande nome da posição. E Raí, e Careca, e Pedro Rocha, e Leônidas. E não tem mais ninguém a frente dele. Mais do que os 900 jogos com a camisa são paulina e os quase 100 gols, Rogério se transformou no maior ídolo da história do clube.

Para quem acha pouco, não é. Dificilmente os novos torcedores terão a oportunidade de ver um grande jogador vestir por muitos e muitos anos a camisa de seu clube. Rogério, talvez, seja o último dessa espécie rara, um privilégio do são paulino.

Fora todas as marcas com a camisa vermelha, preta e branca, Rogério Ceni é um dos nomes mais importantes na história de Placar. Ele é o segundo maior vencedor da Bola de Prata. Só fica atrás do galinho Zico.

E o prefácio de Rogério no livro sobre os 40 anos de Placar só faz justiça a quem soube escrever (bem) a própria história. Como Zico. E os jornalistas de Placar.

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Livros em Revista

julho 13, 2010

Para quem perdeu a exibição do bate-papo com Ralph Peter, na ClicTV, é só clicar aqui.

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ClicTV

julho 7, 2010

ReproduçãoQuinta-feira 8, a partir das 15 horas, estaremos no programa “Livros em Revista”, de Ralph Peter.

Gravamos nossa participação pouco antes do início da Copa do Mundo. Foi um bate papo descontraído e bastante divertido sobre os 40 anos de Placar e sobre jornalismo.

Para acompanhar, o link é este aqui.

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Era Dunga

junho 26, 2010

Reprodução Getty ImagesHá quem diga que a mágoa de Dunga com a imprensa está relacionada à Copa de 1990, que ficou conhecida – exageradamente – como a Era Dunga.

Em 24 de junho daquele ano, Maradona driblou todo o meio de campo brasileiro e passou a bola, limpinha, para Caniggia empurrar para o gol da vitória argentina.

Na edição de Placar daquela semana, uma foto parecida com esta ao lado, da Getty Imagens, vinha com uma legenda que dizia mais ou menos assim: a camisa certa para o craque certo.

A constatação deixava claro que havia alguma coisa errada. O futebol brasileiro estava em crise. Placar estava em crise.

Pouco tempo depois do final daquela Copa, a revista deixou de circular semanalmente e voltou, aos poucos, com edições mensais.

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O designer que driblou a Fifa – Folha de S.Paulo 17/06/2010

junho 19, 2010

ReproduçãoPor Estêvão Bertoni

O e-mail que fez os olhos de Douglas Kawazu, o Doug, se encherem de lágrimas chegou quando ele estava prestes a viajar para o Japão.

Naquele fim de 2005, o rapaz trabalhava como designer na editora Abril. Fanático pelo São Paulo, havia vendido o que podia para comprar a passagem aérea e ver seu time na final do Mundial de Clubes, na terra de seus avós.

Foi aí que teve a ideia de se passar por “fotógrafo autônomo” e tentar uma credencial de imprensa. O e-mail que o emocionou era da Fifa e o autorizava a acompanhar o jogo de dentro do campo.

Com 1 a 0 sobre o Liverpool, o São Paulo consagrou-se tricampeão mundial. Doug estava lá, virando cambalhota e dando a volta olímpica com os jogadores.

Acabou relatando a experiência no texto “Driblei a Fifa”, publicado na “Playboy”.

Nascido em SP, era filho de um bancário aposentado e de uma dona de casa. Seu primeiro emprego foi como representante da Apple, o que o tornou um apaixonado pelos produtos da empresa.

Formado designer gráfico, passou por revistas da Abril. Recentemente, abrira uma empresa com amigos, onde criava aplicativos para iPhone. Era um rapaz sorridente, inteligente e discreto. No fim do ano, iria se mudar de vez para o Japão, com a irmã.

No sábado, ao voltar de um evento em São Carlos, sofreu um acidente com a moto, outra de suas paixões.

Morreu aos 27. A missa de sétimo dia será amanhã, às 19h30, na igreja São Francisco de Assis, em SP. Os amigos vão homenageá-lo levando passarinhos de origami (tsuru), que ele costumava fazer.

Fonte: Folha de S.Paulo  

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As capas não serão mais as mesmas

junho 13, 2010

Estamos profundamente tristes, abalados e sem palavras.

Um acidente bárbaro levou Doug Kawazu, o designer da capa do livro – falamos dele aqui.

Era, sem dúvida, o terceiro autor desse trabalho.

E, mais do que tudo, era um amigão.

(A missa de 7º dia será na Igreja de São Francisco de Assis na sexta-feira 18 às 19h30 – rua Borges Lagoa, 1.209 – vila Clementino)

(atualizado na terça-feira 15)

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Placar de Copas do Mundo

junho 10, 2010

DivulgaçãoEste é o artigo distribuído para a imprensa neste período especial do futebol mundial.

* Por Márcio Kroehn

A revista Placar tem o seu placar de Copas do Mundo. Até o jogo de abertura nesta sexta-feira, 11 de junho, na África do Sul, terão sido 10 torneios que passaram pelas páginas da revista. A seleção brasileira ganhou três títulos em quatro finais disputadas – um saldo para lá de positivo, mas que deve ser medido de outra maneira na contabilidade particular da Placar. As vitórias estão na beleza da cobertura esportiva. Nas três Copas da década de 1970, o mundo era praticamente em preto e branco e a televisão um luxo. Por isso, a revista trouxe imagens coloridas com sequências de lances dos gols, como se fossem tirinhas de histórias em quadrinhos. Nos dois torneios dos anos 1980, fotos que destacavam o balé do jogo e textos que levavam o leitor para dentro da magia dos 90 minutos de bola rolando. Nas três Copas seguintes, nos anos 1990, a evolução da tecnologia transpareceu nas páginas da revista: um torneio totalmente analógico na Itália, em 1990, e o universo digital tomando conta oito anos mais tarde. Pelas mãos do então diretor de redação Marcelo Duarte, Placar montou uma estrutura de redação para fazer toda a edição na França. A chegada do novo século e os anos 2000 quebraram a barreira do meio único da comunicação: mais que uma revista, Placar é uma marca que deve ser explorada na internet, no telefone celular, em imagens de DVD e onde mais o leitor apaixonado quiser boa informação sobre futebol.

É a adaptação quase natural de Placar, que inventa e reinventa sua trajetória. Em um tempo distante, a revista traduziu a emoção que a televisão ainda trazia timidamente aos telespectadores. Mais recentemente, soube complementar o brilho magnético do show de imagens. E qual teria sido o grande destaque? Nesses anos todos, há quase unanimidade: foram as edições que trouxeram os bastidores da Copa do Mundo de 1982. A dolorida derrota da seleção de Telê Santana não apagou o brilho do trabalho de Juca Kfouri, Carlos Maranhão, Marcelo Rezende e do fotógrafo JB Scalco – o Van Gogh dos pampas. As edições da revista tabelam com Zico, Falcão, Sócrates, Cerezo e companhia. E jogam ao lado do torcedor, com toda a carga de sentimento que o Brasil experimentou naquela Copa em solo espanhol. Hoje, as páginas de Placar estão envelhecidas pelo tempo, mas conservam a emoção do sangue correndo rápido após as vitórias e as lágrimas desesperadas que encerraram a trajetória de uma equipe que encantou o mundo.

Mas, abraçar apenas as edições de 1982 é cometer uma bárbara injustiça com a equipe que esteve no México em 1970. O tricampeonato brasileiro foi o mais importante evento na vida de Placar. E não apenas pela vitória. A revista estava nascendo, mas soube montar uma equipe que formou o DNA que seria passado para as gerações seguintes. O leitor veria nas edições que antecederam a Copa reportagens críticas e elucidativas sobre o ambiente da seleção. Era o enfrentamento que o regime militar detestava. Na fase de preparação da seleção brasileira, José Maria de Aquino, Lemyr Martins e Michel Laurence chegaram a ser barrados e considerados subversivos aos interesses do time verde-amarelo. “Escreviam nas entrelinhas”, disse um militar. Zé Maria respondeu que nas entrelinhas só havia espaço em branco. E ele publicaria tudo, com todas as letras, o que era de interesse do leitor. Foi a frase determinante para formar o caráter de Placar.

O interessante nessas histórias de Copa da revista são os ciclos que acontecem após o torneio mundial. Em 1982, Placar teve que se reinventar para sobreviver. Em 1970, a revista explorou nos meses seguintes a conquista e foi se mantendo firme nas bancas. Placar vive ou morre, nasce ou renasce a cada quatro anos. E esse período quadrienal ficou evidente na Copa do Mundo de 2002. A revista tinha praticamente encerrado suas atividades em janeiro daquele ano, mantendo uma estrutura enxuta para cobrir a Copa na Coreia-Japão. Sérgio Xavier Filho, Arnaldo Ribeiro e o fotógafo Alexandre Battibugli eram praticamente os únicos que restaram para levantar a bandeira da revista. A aposta foi produzir materiais complementares aos jogos da seleção brasileira. Deu tão certo que a conquista do pentacampeonato exigiu a produção de um DVD, que vendeu cópias suficientes para fazer a revista renascer.

Nesta primeira Copa do Mundo em solo africano, Placar não vai ser ingênua de encarar as redes de televisão. A promessa é que este seja o torneio com o maior número de geração de imagens. Para uma revista, é concorrência desleal. Mas lembre-se que Placar é, hoje, uma marca. E é com ela que Sérgio Xavier e sua equipe vão a campo. Placar estará em formato de jornal e na internet, com blogs e reportagens especiais. Quem sabe até vídeos especiais sejam produzidos e, principalmente, algumas surpresas que possam encantar os apaixonados leitores. Ao final, após 11 de julho, não importa qual tenha sido a seleção vencedora – apesar do Dunga, que seja a brasileira –, mas qual será a nova vitória que Placar colocará na sua sala particular de troféus.

 * Márcio Kroehn, editor-assistente da revista IstoÉ Dinheiro, é o autor com Bruno Chiarioni do livro “Onde o esporte se reinventa: histórias e bastidores dos 40 anos de Placar”, lançado pela Primavera Editorial.

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A Copa que mudou Placar

maio 25, 2010

capa adeus pentaA capa ao lado não tem a intenção de ser uma previsão catastrófica para a Copa do Mundo de 2010.

Mas é inegável que ela foi marcante.

A ideia aqui é lembrar de uma Copa que mudou a vida de Placar. A derrota na final do torneio de 1998 para a França foi o encerramento de uma experiência bem-sucedida da revista. Como?

Foi há mais de uma década que o então diretor de redação Marcelo Duarte deu o ponta-pé inicial para o que Placar passou a fazer nos mundiais seguintes. Ele valorizou a marca, ponto mais importante e, até aquele momento, pouco prestigiada.

Marcelo Duarte mostrou que a revista tinha importância impar na vida jornalística do País. Como os profissionais das emissoras de televisão, vestiu os jornalistas com um blazer de Placar. Parecia um pequeno capricho, mas dizia tudo sobre o peso da revista. “Se a Globo pode, por que a Placar, que é a revista mais importante do Brasil, não pode”, questionou Duarte. Ele estava, de fato, um passo a frente.

Foi naquela Copa que, pela primeira vez, Placar levara toda a sua estrutura para um outro país. Marcelo Duarte montou toda a redação de Placar, com profissionais de texto, arte e foto em Paris. A revista era escrita, editada e paginada eletronicamente no Velho Continente. O material era enviado para a revista ser impressa, prontinha, no Brasil. Mais do que a primeira experiência de Placar, pelo que sabemos foi a estreia internacional da produção de uma revista da Editora Abril.

A volta ao Brasil marcou a saída de Marcelo Duarte de Placar, embora sua estratégia tenha ficado. Em 2006, por exemplo, a revista montou a Casa Placar, espaço de convivência para brasileiros de passagem pela Alemanha. Neste ano, a experiência será repetida na África do Sul.

A capa de Dunga ficou na história. Só torcemos para que ela não se repita neste ano.

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Apaixonado entendedor 2

maio 11, 2010

DivulgaçãoProvavelmente você leu a primeira parte dessa história com Celso Unzelte, que está aqui.

Hoje, dia da convocação da seleção brasileira para a Copa do Mundo da África do Sul, vamos falar do segundo fanático-alucinado Paulo Vinícius Coelho. Ou, simplesmente, PVC.

PVC é considerado um dos únicos jornalistas que entendem de tática e podem discutir de igual para igual com os treinadores. E quem afirma isso são os técnicos, não os leigos.

Mas sua história com a paixão pelo futebol e a precisão jornalística começaram cedo. E no continente africano.

Pouco antes da Copa de 1994, nos EUA, PVC e o fotógrafo Nelson Coelho foram à África mapear o futuro do futebol mundial. A teoria na época era que lá estava a esperança de ver um bom futebol jogado novamente.

Eles voltaram com um grande material, que rendeu uma matéria belíssima (quem tem o livro, poderá ler na íntegra).

E a prova da importância dessa viagem veio na elaboração do Guia da Copa de 1994 de Placar.

– Delirei quando fizemos o Guia da Copa de 94. Porque é o melhor Guia de Copa que a Placar fez -, diz, eufórico, PVC.

Mas por que essa alegria toda? É melhor você ler as palavras de PVC, que parecem a descriação do seu perfil, com a emoção crescendo até o desfecho:

– Fiz a maior parte daquele Guia porque eu era o cara mais tarado por futebol internacional na Placar naquela época. Levantei a ficha de todo mundo. Chegamos a conclusão de que fecharíamos no dia em que fossem soltas as listas de todos os jogadores. Se tivesse uma mudança, dava tempo de trocar e resolvia o problema rapidinho. Mas para isso era preciso ter o maior índice possível de acerto. No dia que saiu as listas, erramos um sul-coreano e trocamos. Este Guia da Copa de 1994 foi, de todos esses guias que tem ficha técnica, a mais precisa. Agora, ninguém mais espera as convocações. O índice é de 60% dos jogadores que estão na Copa e 40% que não estão. O Guia da Copa de 94 tinha todo mundo, exceto o Erickson, da Suécia, e o Ricardo Gomes, do Brasil, porque eles foram inscritos e depois cortados. Então, faltam dois jogadores: o Lucit, da Suécia, e o Ronaldão. Mas eu delirei mesmo  foi quando apareceu o Rigobert Song, de Camarões. ‘Caralho!, fui eu que descobri esse cara’. Aí eu fui lá na coleção da Placar e peguei a reportagem. Estava lá a entrevista do Song, com 17 anos. Eu entrevistei ele em 93, um ano antes. Ele falando de como a geração dele ia ser mais vitoriosa do que a geração do Roger Milla.

Precisa mais? PVC transpira alegria por futebol. E faz questão de deixar isso claro. Porque disse com propriedade que um cronista de esporte não pode ser menos apaixonado que o torcedor.

É por isso que é imperdível o blog dele na ESPN Brasil e as colunas na Folha de S. Paulo.